Depois de cinco meses rodando em Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro, o diretor Breno Silveira encerrou as gravações do longa Gonzaga – De Pai Para Filho neste
mês e já emendou o trabalho com a edição das imagens. A corrida contra o
tempo tem um motivo: o centenário de Luiz Gonzaga, o rei do Baião, em
dezembro deste ano. “Em razão do centenário, eu quero lançar o filme
ainda em 2012. Já estamos editando e ele deve estrear em 25 de outubro”,
diz Silveira, em entrevista ao site de VEJA.
O filme se propõe a contar a história de Luiz Gonzaga pela visão de seu filho, o também músico Gonzaguinha, autor de O Que É, O Que É?.
“Chegou às minhas mãos uma caixa de fitas de entrevistas do Gonzaguinha
com o pai, durante a turnê Vida de Viajante, de 1981, que eles fizeram
juntos. Vi que existia uma história muito forte de pai e filho. Eles
brigaram a vida inteira, mas, nas fitas, você entende porque fizeram as
pazes”, diz Silveira. A trama une a relação conturbada entre os dois com
a narração da carreira do autor de Asa Branca, chamado pelo
diretor de “primeiro artista pop do Brasil” e colocado ao lado de
Lampião e Padre Cícero, figuras marcantes do nordeste do país.
A cinebiografia abordando ídolos da música, no entanto, não é a sua primeira. O diretor estreou em 2005 com o filme Dois Filhos de Francisco, baseado na história do cantor sertanejo Zezé Di Camargo. “Eu aprendi muito com Dois Filhos.
A lição que ele me deixou é que se você tiver um drama com o qual as
pessoas se identifiquem e se emocionem, não tem nada mais poderoso”,
diz.
A comparação com sucesso da biografia de Zezé, vencedora de diversas
categorias do Grande Prêmio de Cinema Brasileiro em 2006 e recorde de
bilheteria em 2005, pode ser uma prova para o diretor, que considera que
o cinema brasileiro passa por um momento difícil. “Vimos filmes bons
como Xingu e Heleno não irem bem neste ano. Mas o que
será, será. Espero que eu atenda a ansiedade do povo nordestino em ver
alguma coisa sobre o Gonzagão”, diz.
Atores cantores – O destaque da produção são os atores
escolhidos para interpretar Luiz Gonzaga e Gonzaguinha nos períodos
mais importantes de suas carreiras. Depois de anunciar nas rádios do
nordeste, a produção recebeu 5.000 inscrições de candidatos para viver o
sanfoneiro. A seleção observou critérios como semelhança, habilidade
com o acordeon e com a voz. “Acabamos escolhendo o Chambinho do
Acordeon, nome artístico do músico Nivaldo Expedito de Carvalho, não
porque ele era o melhor ator, mas porque ele reunia todas essas
qualidades”, diz. Chambinho interpreta Gonzaga dos 30 aos 50 anos.
O músico, que nunca havia atuado, gravou sua primeira cena no cinema no
Marco Zero, no centro histórico de Recife, em um show realizado pela
prefeitura em homenagem a Gonzaga. Além dele, os atores Land Vieira e
Adelio Lima interpretam o sanfoneiro dos 17 aos 23 anos e do 50 aos 70,
respectivamente.
Para o papel de Gonzaguinha, foi escolhido o ator Júlio Andrade, que já havia interpretado Raul Seixas no especial Por Toda Minha Vida,
da Globo. “O Júlio me surpreendeu, porque ele toca muito violão e canta
muito parecido com o Gonzaguinha. Muita gente acha que é o Gonzaguinha
cantando”, diz Silveira.
Ainda no elenco, estão Nanda Costa, no papel de Odaleia, mãe de Gonzaguinha, e Zezé Motta, que faz uma participação especial.
FONTE: Veja on line
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