A crescente aceitação dos casamentos entre homossexuais nos Estados Unidos,
legalizados em mais três estados nas últimas eleições gerais, vai
representar um "boom" para o milionário negócio de organização de festas
no país.
Eleitores em Maryland, Washington e Maine aprovaram diversas
iniciativas no último dia 6 de novembro nas quais aceitam o casamento
entre homossexuais. Com isso, os serviços dedicados a planejar com
detalhe as festas de matrimônio, da escolha dos hotéis aos quitutes, já
se preparam para lucrar.
O Instituto Williams da Universidade da Califórnia em Los Angeles
(UCLA), informou em seu site que esses três estados poderiam gerar pelo
menos US$ 166 milhões nos primeiros três anos em vigor da medida.
De acordo com o texto das iniciativas, os casais homossexuais já vão
poder subir ao altar a partir do mês próximo em Washington, e no mês
seguinte, janeiro de 2013, em Maryland e no Maine.
Ainda segundo o Instituto Williams, 1.979 casais homossexuais devem se
casar no Maine nos primeiros três anos, de um total de 3.958, e a
previsão é de que gastem US$ 15,5 milhões.
Em Maryland, o número de casais homossexuais previstos para se casar é
de 6.269, de um total de 12.538. Juntos esses casais gastariam US$ 62,6
milhões nesse mesmo período.
Já em Washington, de um total de 19.003 casais do mesmo sexo, a
previsão é de que cerca de 9.501 se casariam entre 2013 e 2016 e
investiriam em suas festas de união cerca de US$ 88,5 milhões, segundo
estimativas do Instituto Williams.A entidade fez suas previsões de acordo com os dados do censo de 2010,
com a média das despesas das festas nesses três estados e com os
relatórios de turismo estaduais.
Esses números, no entanto, representam somente a metade do total de
casais que pensam em se casar nos primeiros três anos em vigor da lei,
que autoriza o casamento entre pessoas do mesmo sexo em Maryland,
Washington e Maine, por isso o número poderia facilmente dobrar.
Os cálculos também não levam em conta os cidadãos desses estados que já
se inscreveram como "casais domésticos" ou que já realizaram alguma
cerimônia de casamento.
Para Lee Badgett, diretor de pesquisas do Instituto Williams, a despesa
adicional dos casais homossexuais acarretaria uma longa lista de lucro
em potencial: aumento de receita empresarial, geração de empregos, além
de um aumento na arrecadação de impostos locais e estaduais.
Segundo o site "www.costofwedding.com", os casais norte-americanos
gastam, em média, US$ 25.631 nos seus casamentos, um valor que não
contempla o custo da viagem de lua de mel.
A lista de despesas inclui a compra do traje, o aluguel de limusines e
salões de recepção, agências de viagens, calçados, floriculturas,
papelarias, restaurantes, confeitarias, decoradores, fotógrafos,
alfaiatarias e bandas musicais.
Nos EUA, cresce o número dos chamados organizadores de casamento. Mas
eles também têm seu preço, dependendo do gosto e do bolso do cliente.
O apoio nas urnas às uniões entre homossexuais é significativo porque,
até agora, a maioria da população tinha se mostrado contra autorizá-los
quase todas as vezes que o apoio foi submetido à consulta. Por isso, os
avanços nessa questão tinham sido por via judicial ou legislativa.
Agora, após a eleição da semana passada, o casamento entre pessoas do
mesmo sexo já é legal também em Connecticut, Iowa, Massachusetts, New
Hampshire, Vermont e no Distrito de Colúmbia, enquanto em outros cinco
estados são permitidas uniões civis, mas esse ainda não é um direito
reconhecido pelo Governo Federal.
Se apenas a metade dos pouco mais de 781 mil casais homossexuais nos
EUA tivesse o direito de contrair matrimônio e o aproveitasse, os
casamentos gays fariam a alegria de uma indústria abatida que
registraria uma receita adicional de pelo menos US$ 10 bilhões, segundo
calculou a revista "Forbes".
O casamento homossexual representa um mercado emergente para uma
indústria que durante décadas gerou milhões de dólares entre os casais
heterossexuais.
Fonte: Revista Exame